E agora era assim, uma explosão.
Se sentia um vulcão que, desempregado há tantos, resolvera repentinamente jogar tudo para fora. Queimando. Todo o fervor mantido à pressão interna estava, agora, devastando o desconhecido. Estava fugindo de si, correndo para se transformar em palavras coladas no papel, na tela, no vento. Quando um sentimento se tornava abc, tudo parecia ser mais fácil.
E era.
Seus sentimentos eram bombeados boca à fora, deixando seu interior se pintar de branco.
Paz.
Finalmente, seu coração e cérebro fizeram uma parceria.
Finalmente, ali estava o seu lugar.
Ticiana Kilpp
Não sei se porque me sinto exatamente como o texto mostra, ou se é apenas o seu admirável dom com as palavras, mas perfeição é pouco para descrever o que eu leio. Parabéns!
ResponderExcluirÉ como eu sempre digo: Mais vale vomitar as palavras cobertas de sangue que permitir uma hemorragia interna. Há momentos em que somos simplesmente impulsionados a por coisas pra fora. Inspiração? Dom e predestinação? Fuga? Desabafo.
ResponderExcluirDesabafo ou simplesmente a necessidade de dizer em palavras o que as mesmas palavras não expressam.
Concordo com você: No abc, tudo é mais fácil. Palavras não contestam e letras não se rebelam contra o enunciador. Não existe relação de fidelidade maior que a do escritor e sua obra. Juntos, um extensão do outro, tornam real o significado de "plenitude".
Você, como sempre, me enchendo de orgulho e fazendo-me tomar como minhas as suas palavras. Muito sucesso no blog (vindo de você, acho que isso é bem óbvio). Só não pense em me abandonar, Tici! Afinal, ainda preciso da minha editora! Haha
Te amo!
Isabela Dantas
www.impulsoimpensado.blogspot.com