quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Um sonho...

Hoje eu sonhei com estrelas cadentes. Alguém me contou que elas não iriam cair, mas estavam lá.

O céu estava pululado de estrelas, e mais ainda de estrelas cadentes, algumas nuvens, poucas, tapavam a visão por alguns instantes...
Cortavam o céu em todas as direções, algumas mais dificeis de ver, brilhavam como estrelas mas se moviam e se movendo iam deixando pedaços de si para trás.
Contei dezesseis, e ainda havia mais...
Assistiamos estasiados enquanto tentavamos continuar a a contagem...

E contei para alguém...
"A estrela cadente mais bonita que vi, desceu tanto que começou a queimar, seu rastro e seu brilho eram tão fortes... Olha!"

E comecei a ver... três, belissimas, cortando o céu em direção a terra, brilhando tão forte quanto Vênus... Tão forte quanto aquela que vi, a tantos anos.

E tão forte quanto brilhavam, se deixavam para trás,
Até que, antes de tocarem o chão...

Já não eram mais...


[Como diz o costume, e como a tantos anos, fiz um pedido...

Acordei...]


"Eu me rendo, quero a vida"


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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Apresentação: inventando verdades


Estava no segundo ano do Ensino Médio, numa aula sobre um conto chamado "A Cartomante", de Machado de Assis. O professor entrou em sala com a seguinte pergunta: qual a coisa que vocês mais odeiam que façam com vocês? Após algumas pessoas darem suas opiniões, ele deu a resposta que tinha na ponta da língua: a coisa mais odiada por todos é ser enganado; e deu diversos exemplos para tentar comprovar sua hipótese...
Essa análise de meu professor remete a certas noções de nossa sociedade, para a qual a Verdade é um horizonte utópico. Estamos cercados por essa utopia, que me parece mais uma distopia: ideologias políticas, usadas para justificar qualquer atitude tomada em nome do "bem maior"; ideais religiosos que justificam qualquer ação em nome da "fé" e da "salvação"; verdades científicas, que justificam qualquer experimento em nome do "progresso"; verdades morais, que justificam qualquer tradição em nome da... própria "tradição". Já que se acredita tanto nessas "Verdades", com "v" maiúsculo, é fácil entender por que se teme tanto ser enganado; afinal de contas, ser enganado equivale a ser desviado desse caminho de Luz e Progresso que é a "Pura Verdade"...
Ironicamente, essas "verdades" - sempre com "v" minúsculo, na verdade -, em vez de libertarem as pessoas, geram um verdadeiro cárcere de intolerância e fanatismo. É esse o horizonte utópico que queremos? Penso que não...
Por isso, que possamos inventar nossas próprias verdades! E não fiquemos presos a elas, pois sempre é importante reinventá-las: e a reinvenção de si é querer trilhar novos caminhos e ter novos horizontes...


GS

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Para começar.

Não sabia ao certo o porquê, mas a necessidade de cuspir sentimentos era tamanha. Em todo lugar uma nova palavra; uma ideia. Decidiu culpar sua boa vontade: passara tanto tempo ajudando o você que o eu ficara para trás.
E agora era assim, uma explosão.
Se sentia um vulcão que, desempregado há tantos, resolvera repentinamente jogar tudo para fora. Queimando. Todo o fervor mantido à pressão interna estava, agora, devastando o desconhecido. Estava fugindo de si, correndo para se transformar em palavras coladas no papel, na tela, no vento. Quando um sentimento se tornava abc, tudo parecia ser mais fácil.
E era.
Seus sentimentos eram bombeados boca à fora, deixando seu interior se pintar de branco.
Paz.
Finalmente, seu coração e cérebro fizeram uma parceria.
Finalmente, ali estava o seu lugar.

Ticiana Kilpp