quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Mundo pelos olhos de alguém que queria poder quebrar copos.

De vez em quando, eu me surpreendo com umas vontades estranhas. Tipo me jogar numa escada e descer rolando. Ou aquele desejo ~quase~ incontrolável que tenho de jogar copos de vidro no chão. Antes, eu não sabia de onde esse tipo de vontade vinha - cheguei até a cogitar minha própria insanidade, mas recentemente tive uma epifania - um momento de ideias iluminadas que deixou claro o meu ponto de vista sobre a Vida, o Universo e  Tudo Mais. Eu finalmente descobri um dos grandes motivos para estar insatisfeita com a Realidade.

Pra começar, a carência de efeitos visuais impactantes - veja bem, os gráficos da vida são ótimos, temos diversas paisagens e poucas coisas são tão belas quanto a luz do Sol sendo refletida no oceano numa colorida manhã de verão. No entanto, o cotidiano não explora a diversidade de cores e luzes disponíveis no Universo! É frustrante descer uma escada imaginando que vários cacos de vidro estão voando à sua volta, refletindo e refratando a luz, para depois abrir os olhos e ver só... PAREDES BRANCAS! Nada contra quem gosta do minimalismo e da sua moda all-white na pegada Apple - só que eu enjoei.

Onde estão as bolhas de sabão nos momentos felizes e/ou românticos? Cadê as flores desabrochando e as pétalas de rosas voando em volta das pessoas extremamente bonitas? Cadê os cabelos esvoaçantes dos comerciais de shampoo e as menininhas de vestidinhos floridos com fitas no cabelo e sentadas em balanços aproveitando uma brisa primaveril? Sangue jorrando em momentos tensos também é uma boa...

E não é só a falta de efeitos visuais que me incomoda. As trilhas sonoras inconvenientes desse mundo, nossa! Você está passando por um momento dramático da sua vida e seu vizinho está cantando Michel Teló no chuveiro. Você alcança algo que quer muito e não tem nenhuma música estimulante ao fundo que exale a sensação de *achievement unlocked*. Você acorda numa manhã de segunda e o mundo não transmite pra você as vibrações de *new quest ahead*.

O que nos resta então? A mim, só a minha imaginação - não sei você, mas pra mim drogas não são uma opção. Então eu me enterro dentro da minha própria cabeça, no meu mundinho de purpurina, e vivo a vida como se ela fosse essa Coca-Cola toda que eu queria que ela fosse (apesar de não gostar muito de Coca-Cola como muitos, ainda acho uma expressão idiomática divertida e válida).

E ninguém pode me culpar por gostar de glitter. Existe algo mais bonito que a luz sendo repetidamente refletida e refratada em pequenos pedaços cintilantes e coloridos de algo que te lembra fadas e unicórnios e açúcar? É, nada.

3 comentários:

  1. As cores do seu texto me lembraram cores de um meu...

    http://insanasanidade.blogspot.com/2011/05/mundos-e-cores.html

    Muito bom... muito bom!

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